É no Agreste de Pernambuco onde está localizado o maior polo de confecções do Nordeste. O LeiaJá viajou até as cidades de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru para conhecer a realidade do centro de vendas durante o período de crise no Brasil. Na série de reportagens 'Descosturando a crise', contamos como os principais personagens daquela região estão se reinventando para driblar as dificuldades financeiras e garantir que a indústria de moda local alcance um protagonismo nacional ainda maior.
O Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco é um aglomerado de iniciativas produtivas e comerciais relacionadas ao setor de confecções, com foco em roupa casual, brim (jeans, bermudas, saias, shorts e camisas), malharia (camisetas, blusas, vestidos), outras vestimentas (calças, saias, camisas e blusas), moda infantil e lingerie. Juntas, Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama são as principais cidades inseridas no Polo. A produção de peças de vestuário realizada nesses três municípios é vendida em todo o Brasil e para o exterior. De acordo com o Estudo Econômico do Arranjo Produtivo Local (APL) de Confecções do Agreste Pernambucano, divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o faturamento anual bruto do Polo está próximo de R$ 1 bilhão. São cerca de 20 mil unidades produtoras que empregam 130 mil pessoas em dez cidades de Pernambuco.
A origem do que hoje é denominado por Polo de Confecções do Agreste resultou da iniciativa de homens e mulheres situados em áreas preponderantemente rurais do Estado. Foi nos anos 1950/1960 que as tradicionais feiras da sulanca começaram a ganhar força no Agreste. Ainda hoje, o termo sulanca designa, de certa forma, uma depreciação das confecções locais, caracterizando-as como de baixo valor aquisitivo. A palavra tem origem helanca (tipo de tecido vindo do sul do país).
Na história oral das cidades do Agreste, duas versões de como o aglomerado ganhou tamanha notoriedade são contadas e repassadas de pais para os filhos. Uma delas diz que uma senhora estava desesperada sem dinheiro e preparou algumas peças de roupa e as expôs em frente a sua casa. Diferentemente do que ela previa, a iniciativa deu certo e muitas pessoas passaram a comprar os produtos. Outros moradores locais enxergaram na atitude dela uma fonte de renda e também a imitaram, ampliando a oferta e tomando conta de uma das ruas centrais de Santa Cruz do Capibaribe, para em seguida, ganhar a feira da cidade.
Feira da Sulanca em Santa Cruz do Capibaribe nos anos 1970. (Foto: José Romildo Bezerra/Acervo pessoal)
Outra versão aponta que três comerciantes locais, Dedé Morais, Manoel Caboclo e Pedro Diniz, por volta de 1949, passaram a trocar galinhas e feijão por sacos de retalhos em Recife e São Paulo, para revendê-los nas feiras e em suas casas. Como complemento de renda, suas esposas teriam assumido a confecção de cobertas feitas com tiras de tecidos. As peças produzidas eram destinadas às populações mais pobres e tinham como principal atrativo os preços baixos.
De acordo com a pesquisadora Sonia Lira, chegando a Santa Cruz do Capibaribe, esse retalho era vendido a preços baixos, uma vez que era obtido a custo zero. “Com o passar do tempo algumas fábricas da capital começaram a cobrar o que antes era disponibilizado gratuitamente. A demanda de compradores de retalhos fez com que os comerciantes partissem para São Paulo em busca da matéria-prima, mesmo a maiores custos. A sulanca ficou conhecida, então, como feira que possui produtos simples, de qualidade inferior e preços acessíveis a camadas da população de baixa renda”, relata em pesquisa acadêmica realizada na região.
O município de Toritama, que, como Santa Cruz do Capibaribe, buscou outras atividades econômicas, como alternativa à agricultura, pelas dificuldades com a terra seca e a escassez de água, tornou-se produtor de calçados a partir da década de 1930 e ganhou importância na década de 1960, por influência de Caruaru, que já possuía destaque na atividade calçadista. A produção decaiu na década de 1980 por elevação de custos com a matéria prima e concorrência com o Sudeste. Novamente, para sair da crise, ingressou na produção de jeans, sob influência do outro município vizinho, Santa Cruz do Capibaribe, que já trabalhava com confecções de vestuário.
Pequena facção de costura em Santa Cruz do Capibaribe nos anos 1980 (Foto: José Romildo Bezerra/Acervo pessoal)
Caruaru passa a integrar esse eixo também a partir da década de 1980. Atualmente, a Feira de Caruaru é considerada a maior feira popular do Brasil. Além do comércio, há, no município, dois distritos industriais, que abrigam pequenas e médias unidades, e uma atividade de turismo que chega a ser intensa em algumas épocas do ano, com destaque para as festas juninas e para as atividades de artesanato de barro.
“A vocação turística de Caruaru se amplia para além da feira e do Alto do Moura, pois tem também outra atração cultural: o período junino que lhe garante o título de 'capital do forró'. Para esse evento foram construídos alguns equipamentos como Pátio de Eventos, Vila do Forró, Museus do Barro e do Forró. E no mesmo local funciona o Museu da Caroá (antiga fábrica que existiu na cidade). Verificamos então, que Caruaru, mesmo antes da Sulanca, já possuía um dinamismo que o consagrava enquanto polo regional. No entanto, a Sulanca tornou-se tão importante no Agreste que esta atividade foi acrescentada ao seu espaço produtivo”, destaca Sonia em seus estudos sobre o aglomerado de confecções do Agreste.
Atualmente, Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe se destacam por uma atenção mais detalhada à qualidade das roupas e principalmente pelo seu maior atrativo: o preço baixo. Praticados de maneira bem parecida entre os três municípios, os valores das peças fisgam olhares locais e nacionais. Camisetas com estampas mais trabalhadas custam, em média, de R$ 10 a R$ 20; camisas polos são encontradas em material de qualidade a partir de R$ 25, por exemplo; quatro cuecas podem ser adquiridas por apenas R$ 10. Shorts e blusas básicas femininas são encontradas ao valor de R$ 5.
Esses preços são simples exemplos de como pode ser econômico renovar o guarda roupa com as peças do Polo de Confecções do Agreste. Os produtos mais sofisticados, contudo, apresentam preços mais altos, ainda assim em conta na comparação os preços praticados nos shoppings das grandes metrópoles, por exemplo.
Um “oásis” no meio do semiárido
O eixo de cidades que engloba a sulanca abrange outros municípios do Agreste, além dos citados anteriormente. Entre esses municípios se destacam Brejo da Madre de Deus, Jataúba, Taquaritinga do Norte, Vertentes, Riacho das Almas e São Caetano. Com a expansão do Polo de Confecções e o crescimento econômico do Agreste, as populações das três principais cidades registraram um aumento populacional significativo nos últimos anos. De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Toritama registrou uma taxa de 63% de crescimento em comparação com as populações de 2000 e 2010.
Apesar do aumento da população com o crescimento dos negócios no ramo da moda, as cidades ainda alegavam pouca estrutura para receber os novos moradores e os compradores que começaram a vir de outras regiões do Brasil. Em Santa Cruz do Capibaribe, cidade localizada a 192 quilômetro do Recife, o negócio ainda possuía a estrutura limitada, sem área para estacionamento dos ônibus e com dificuldade em implementar locais para alimentação ou banheiros para os clientes. Isso dificultava o processo de evolução dos empreendimentos e de aumento do volume de produtos comercializados. Mas, de olho nas boas vendas, na exportação dos produtos fabricados na cidade e na logística de realocar os empreendedores em um estabelecimento de fácil acesso, um centro atacadista começou a ser pensado na década de 1990, por parte do poder público e da iniciativa privada.
O espaço ‘Moda Center Santa Cruz’ começou a ser erguido em 2002 em um terreno cedido pelo poder público e passou a ser um grande condomínio, resultando no crescimento da importância da cidade para o setor de confecções e para a economia do Estado. O local foi inaugurado há pouco mais de 11 anos, no dia 7 de outubro de 2006 e atualmente é composto por seis módulos, que ocupam uma área coberta de 120 mil m², construída em um espaço de 32 hectares. A ampla estrutura do Moda Center Santa Cruz, maior shopping atacadista de confecções da América Latina, reúne mais de 10 mil pontos comerciais, entre lojas e boxes, onde é comercializado um mix de produtos variados – roupas e acessórios – principalmente no atacado.
“Temos o maior orgulho da nossa história, fruto do espírito empreendedor do povo de Santa Cruz do Capibaribe. Foi um passo crucial para sermos atualmente a capital pernambucana da moda e para projetarmos a qualidade da confecção produzida no Agreste de Pernambuco para todo o Brasil”, comenta Allan Carneiro, síndico do Moda Center.
Santa Cruz do Capibaribe conta com 105.761 habitantes, segundo o IBGE (2017), e é a maior produtora de confecções de Pernambuco e segunda do país, de acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), atrás apenas de São Paulo. O local recebe clientes de todo o país, com predominância dos Estados do Norte e Nordeste. Nos últimos anos, tem crescido a procura de compradores vindos do Centro-Oeste e, mais ainda, do Sudeste, a exemplo de Minas Gerais e Espírito Santo. A alta temporada de compras ocorre em junho e julho, e de novembro a dezembro. Nos períodos de maior movimento, o local chega a receber mais 150 mil clientes por semana, vindos de todo o país.
A empresária Edinete Farias entrou no ramo da moda há mais de dez anos e hoje é proprietária da loja LM Premium, que fica no Moda Center, em Santa Cruz do Capibaribe. Ela conta que além do preço baixo e competitivo dos produtos, a inovação foi uma estratégia para superar a crise financeira que atingiu o Brasil, principalmente a partir de 2015. "A gente sempre tenta buscar o que mais está na moda e é tendência. Inovamos sempre e toda semana lançamos modelos diferentes de peças. É com essa estratégia que estamos nos livrando da crise aos poucos", conta.
Ela é otimista e acredita na força do Polo e na superação do momento delicado da economia no país. "Sempre produzi por conta própria as confecções, a gente era que fazia. Nossa história é de garra. Após alguns anos, montamos um box e uma loja. Tudo foi feito com muito esforço. Acredito que a crise vai passar e esse momento também, justamente porque a nossa mercadoria é boa, nosso atendimento é de primeira linha e o preço é baixo", destaca a empresária.
No Brasil, de acordo com dados do relatório elaborado pela empresa Inteligência de Mercado (IEMI), a cadeia têxtil produziu em 2016, último dado disponível, aproximadamente R$ 129,5 bilhões, equivalentes a 5,8% do valor total da produção da indústria brasileira de transformação, excluídas as atividades de extração mineral e a construção civil, que complementam o setor secundário da economia.
Ainda segundo a pesquisa, os empregos gerados pela cadeia têxtil somaram 1,5 milhão de postos de trabalho em 2016, ou o equivalente a 18,3% do total de trabalhadores alocados na produção industrial nesse ano, bem demonstrando que, além da sua grande relevância econômica, esse é um segmento de forte impacto social.
“No período compreendido entre 1990 e 2015 foram investidos aproximadamente US$ 20,0 bilhões somente na aquisição de máquinas e equipamentos têxteis de última geração. Isso permitiu que o setor se equiparasse aos grandes produtores internacionais em termos de tecnologia produtiva. Porém, com a crise econômica recente, vivida pelo país entre o final de 2014 e o início de 2017, parte deste esforço foi perdida”, trecho retirado do relatório do IEMI.
A recessão trouxe impactos para todos os setores da economia nacional, inclusive para o de moda, que apesar do cenário, carregou uma expectativa de crescimento para 2018 em torno de 5,5%, segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e Confecções - ABIT.
No Agreste, alguns pontos estratégicos foram considerados como boas apostas para a melhora das vendas. A disputa entre as redes varejistas, o preço baixo se comparado ao mercado competitivo, produtos de boa qualidade, e a popularidade do e-comerce, principalmente nas redes sociais. As ferramentas digitais também permitiram a aproximação entre o fabricante e o consumidor final.
O que para muitos pode ser um mercado fútil, para outros é fonte de renda e de sobrevivência. A moda retirou milhares de pernambucanos da situação de miséria e fez com que tivessem uma oportunidade melhor e mais justa. Em Santa Cruz do Capibaribe, as milhares de lojas têm histórias diversas e criativas de como iniciaram o negócio. A moda une os feirantes, as "sacoleiras" e costureiras da rua e prova diariamente a importância do segmento na economia brasileira, sobretudo na pernambucana. O setor têxtil e de confecções em Pernambuco ocupa atualmente a sétima posição no ranking dos Estados produtores de têxteis no Brasil. Com 3,5% do pessoal ocupado em todo o país, produz mais de 44,4 mil toneladas/ano de artigos têxteis, movimentando cerca de R$ 1 bilhão/ano.
Bem planejada, Rota do Mar é inspiração para empreendedores no Agreste
Empresa de confecções produz cerca de 1 milhão peças por ano e atende a todo o país
Arnaldo Xavier, diretor presidente da Rota do Mar
Considerada referência no ramo de confecções no Agreste pernambucano, a empresa Rota do Mar se consolidou no mercado têxtil como umas das principais empresas do setor. Criada em 1996 em Santa Cruz do Capibaribe, a loja atualmente é reconhecida como uma das melhores empresas para se trabalhar e está consolidada entre as maiores indústrias de confecções do Norte/Nordeste.
A história de Arnaldo Xavier, presidente da empresa e nascido em Santa Cruz, é inspiradora na região. Com o falecimento do pai, começou, junto com a mãe e os irmãos, a costurar roupas femininas para vender na feira do município. O negócio deu certo e, alguns anos depois, fundou a Rota do Mar.
A empresa vende produtos no estilo surf, esporte e street wear de boa qualidade. O foco é o público B, C e D e por isso os preços estão bem abaixo do que é comercializado nas grifes famosas, como a Seaway, Billabong e Quiksilver. “Em 20 anos de história, a Rota do Mar é a prova concreta de que todos os sonhos são possíveis. Nós escolhemos acreditar, escolhemos desafiar as adversidades, escolhemos vencer”, pontua Arnaldo.
"Começamos nossa história com oito colaboradores, que trabalhavam sentados em tamboretes de madeira. Desde lá, tínhamos um objetivo claro: seríamos grandes. Por tudo o que passamos, sinto-me feliz por representar Pernambuco”, ressalta. A Rota do Mar conta atualmente com cinco lojas no Agreste de Pernambuco, sendo duas em Santa Cruz do Capibaribe, duas em Caruru e uma em Toritama, além de sete unidades produtivas, quatro em Santa Cruz do Capibaribe, uma em Brejo da Madre de Deus e duas em Santa Maria do Cambucá.
Ao longo da trajetória da loja, Arnaldo destaca que o crescimento se deve à persistência da equipe. “Crescer no Agreste pernambucano é tirar realmente leite de pedra. Estamos distantes dos grandes centros e tudo se torna mais difícil”, lamenta. Apesar das dificuldades, em 2016, a Rota do Mar completou 20 anos de existência, com faturamento de R$ 35 milhões, superando em R$ 2 milhões a estimativa inicial traçada.
Mesmo com o Brasil em crise e passando por um momento de recessão, o mercado de trabalho segue fortalecido e as pessoas continuam sobrevivendo de fazer roupa. É o que pensa Arnaldo, diante dos percalços financeiros que o país tenta se desligar para voltar a crescer economicamente.
Em 2016, Allan Carneiro foi reeleito síndico do Moda Center Santa Cruz
Já Allan Carneiro, síndico do Moda Center, detalha em entrevista ao LeiaJá, que o empreendimento resistiu à crise financeira com capacidade de adaptação. “A gente historicamente tem um grande preço competitivo e evoluímos na qualidade dos produtos nos últimos anos. Mantivemos o preço baixo porque foi uma alternativa ao período de recessão, já que as pessoas estavam com a renda menor e queriam produtos mais baratos com qualidade. Com isso, percebemos que surgiram novos empreendedores e esses decidiram entrar no mercado porque perderam o emprego e viram no empreendedorismo uma saída”, analisa Allan.
Para ele, a crise durou por um período longo, mas a estimativa foi positiva para o fechamento de 2018. “As pessoas aqui não só vêm pelo preço, mas em busca de resultado e de negócios. A gente espera ter um aumento do fluxo de atacadistas de 10% comparando com os números de 2017. Mesmo com o Brasil passando por um contexto político turbulento, estamos apostando no crescimento”, diz.
Desde sua fundação, em 1952, o Banco do Nordeste tem como objetivo a promoção do desenvolvimento sustentável em sua área de atuação, que abrange a Região Nordeste e o Norte dos Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais. “O Banco do Nordeste é focado no desenvolvimento e trabalha atuando nas diversas cadeias produtivas, incluindo o polo têxtil de confecções, com foco principalmente nos três municípios que participam fortemente desse segmento, sendo eles Toritama, Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe”, afirmou o gerente executivo de Desenvolvimento Territorial do BNB, Ronald Nascimento.
Em 2017, o país tinha 37,3 milhões de pessoas trabalhando na informalidade, o que significa 1,7 milhão a mais do que em 2016, quando 35,6 milhões trabalhadores estavam nesta situação. O balanço foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em dezembro de 2018. Sobre o atual momento do país, em que a informalidade cresce, o gerente explica que o banco tem reuniões constantes com o Núcleo Gestor da Cadeia e de Confecção de Pernambuco (NTCPE) para dialogar sobre as mudanças no cenário econômico do segmento.
“Recentemente, conversamos com a governança desse polo têxtil, com sede no Recife Antigo, justamente para firmar um acordo de cooperação nesse sentido, em que as empresas de confecção possam ter mais facilidade para o acesso a renovação do crédito. A partir desse diálogo, estabelecemos algumas agendas de compromisso. Um dos pontos que foram estabelecidos com o NTCPE é que o órgão deverá identificar novos clientes para que o banco possa promover o acesso ao crédito com mais facilidade, sejam eles formalizados ou não”, explicou Ronald.
De acordo com o gestor, a principal dificuldade e desafio para que esses microempreendedores tenham acesso ao crédito é por falta de informação. “A maioria começa na informalidade, e no momento de obter um crédito, são muitas dificuldades por não ter uma série de documentos, nós sabemos. Mas, até para esse segmento informal o banco também disponibiliza um produto específico para eles”, destacou.
Ronald complementou ainda que a própria governança apresentou como está a realidade da cadeia têxtil hoje, os municípios que a compõem e o perfil de cada cliente. “É notório que muitos são informais, é uma característica marcante desse arranjo de produtores do Polo e por isso acham que não podem contar o apoio do Banco do Nordeste. Por isso, participamos de rodadas de negócios, firmamos parcerias e atuamos como consultores desses empreendedores”, avaliou.
O Crediamigo é o maior Programa de Microcrédito Produtivo Orientado da América do Sul, que facilita o acesso ao crédito a milhares de empreendedores pertencentes aos setores informal ou formal da economia (microempresas, enquadradas como Microempreendedor Individual, Empresário Individual, Autônomo ou Sociedade Empresária). Outra forma de democratização dos investimento é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), instrumento de política pública federal operado pelo BNB. “Através dessa iniciativa a gente visa diminuir cada vez mais com a pobreza e as desigualdades regionais e sociais”, pontuou.
Considerando a diversidade das atividades relacionadas com o segmento têxtil, o Banco do Nordeste informou que não dispõe do recorte de dados que demonstrem o quanto foi aplicado exclusivamente no Polo de Confecções do Agreste. No entanto as agências relacionadas diretamente com o polo são Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe e elas já aplicaram, em 2018, R$ 60.109,01 mil e R$ 25.241,83 mil do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), respectivamente, nos negócios da região.